A odiosa e inaceitável chacina do Jacarezinho afronta o estado democrático de direito e convoca nossa solidariedade ativa com a população das favelas e periferias.

Nota da Frente Estamira de CAPS.

No último dia 06/05/2021, moradores do Jacarezinho foram acordados sob intenso tiroteio, em uma operação policial que durou mais de 9 horas e resultou no assassinato de 29 pessoas.

Considerada a operação mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, ela ocorreu em meio a uma pandemia que já matou mais de 420 mil brasileiros e brasileiras, e sob a justificativa, conforme relata o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, de proteção dos “direitos fundamentais de crianças e adolescentes e demais moradores”.

O coletivo da “Frente Estamira de CAPS: Resistência e Invenção” se solidariza com a população do Jacarezinho e repudia operações que matam sob a justificativa de proteger.

No Brasil, a violência de Estado contra a população negra, pobre e favelada parece naturalizada e as instituições públicas, como o Ministério Público e a Justiça, estão silenciosas quanto à cultura de extermínio que se instalou.

As consequências psicossociais do que ocorreu no Jacarezinho são difíceis de ser mensuradas. Haverá aumento do sofrimento psíquico, de doenças psicossomáticas, de tristeza e dor. Os efeitos sobre a saúde mental, de familiares e moradores, vão perdurar por longos meses e anos. Temos que transformar nossa solidariedade em ações efetivas para apoiar a população do Jacarezinho.  E caberá a nós, trabalhadores, trabalhadoras, usuários e familiares da rede de atenção psicossocial, seguir lutando, defendendo cada vida, e combatendo a violência genocida do Estado policial.

Toda solidariedade ao povo do Jacarezinho!  Pelo fim da violência policial genocida.

Frente Estamira de CAPS – Resistência e Invenção

Roda de Conversa do dia 11 de maio de 2021